quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Não me acorde mais!


Ela pôde notá-lo logo que chegou.


Sua maneira única de dançar lhe chamou a atenção.


Em algum momento acabou por perde-lo de vista, e foi entre uma tragada e outra de cigarro que foi abordada.


Ele era alto, lábios pequenos, corpo na medida, cabelos com mechas escondidas por um boné que lhe tirava a sobriedade que seus 30 anos lhe traziam.


Por algumas vezes quase foi beijada, mas recuou.


Com a paciência que cabe apenas aos cavalheiros, ele esperou o momento certo.


Estavam sentados frente a frente quando ela pôde sentir sua perna ser tocada sutilmente pela dele.


Seu corpo ferveu!


Foi em um olhar que ele conseguiu atingi-la de maneira que o recuo se tornou impossível.


Seus rostos se encostaram delicadamente, não havia pressa.


Seus narizes se encontraram, fazendo com que o calor de suas bocas abalassem seus sentidos.


Enfim seus lábios se tocaram.


Ela foi ao céu quando sentiu sua mão correr-lhe a nuca, entrando lentamente em seus cabelos.


O cheiro que exalava da pele daquele homem mostrava doce e excitante.


Foi em poucos minutos que deixaram seus sentidos os levarem para o próximo passo...um quarto de motel mostrou-se perfeito!


As luzes rubi clareavam cada canto do apartamento de dois andares escolhido pelos amantes. A cama e uma pequena mesa com duas cadeiras ficavam na parte de baixo da suíte, e uma enorme banheira, com cachoeira artificial e luzes em tom vinho lhes davam boas vindas no andar de cima!Perfeito, ela havia aprovado o local escolhido para seus devaneios.


O café da manhã estava sob a pequena mesa, assinalando que já amanhecera.


Um rubor adolescente lhe tomou a face fazendo-a travar os movimentos e esquecer sua fúria.


Pensou em fugir...mas já era tarde.


O barulho da água enchendo a banheira, e o calor que ela trazia anunciavam os deleitos que se seguiriam.


Envergonhada, despiu-se e sentiu a água quente da banheira lhe envolver lentamente.


Com os olhos fixos, e o corpo sedento, ela deliciou-se ao ver ele nu.


O corpo escolhido para aquela noite era desenhado com perfeição, e quando iluminado pelo neon do quarto mostrou-se ainda mais apto a ser devorado.


Na banheira controlou seus desejos na tentativa de prolongar aquele momento, e foi na cama que se entregou àquele delicioso desconhecido.


Fizeram amor incessantemente, e ele a tratou com delicadeza em todo o momento.


A exaustão fez com que ele adormecesse enquanto ela o fitava, o beijava e tocava.


Era linda a maneira como ele dormia. O contorno de seu corpo era perfeito, assim como seu cheiro era provocante até mesmo quando estava em seu mais profundo sono.


Ela pensou em ir embora enquanto ele dormia, mas antes mesmo que tivesse coragem pra tanto, também adormeceu.


Foi acordada com um beijo...já era hora de partir.


Uma angustia invadiu seu peito, mas fez-se de forte.


Ela acariciou seu homem até o ultimo instante...e enfim o deixou.


Foi então que uma dor invadiu-lhe a alma.


Se ao menos soubesse seu nome!


Tarde demais...não sabia... até aquele momento não havia sentido necessidade de saber!


Perguntou-se se não havia sido apenas um sonho...um delírio.


Já não importava mais se fora real...afinal aqueles momentos ainda lhe alimentariam em noites de solidão onde seu desejo seria apenas: Não me acordem mais!!!

O que não me mata me fortalece!




O que não me mata me fortalece!



Uma boa música, mesmo estando um tanto quanto ultrapassada, trouxe a ela a tristeza de mil viúvas.

Foi em um segundo que conseguiu ver muito além daquelas paredes frias que a cercavam.

Viu-se em lugares que sabe que jamais conseguira tirar da memória e que jamais lhe trariam as sensações de outrora.

Viu o quanto foi feliz mas também viu o quanto foi infeliz, tentando que, a todo custo , aquele amor vinga-se.

Foi doloroso aceitar que havia fracassado!

As lagrimas tomaram seu rosto e um tremor inundou seu corpo, tragando-lhe para um mar de dor e desilusão tamanho que a fez sufocar.

Sua alma pareceu gritar e ela pôde sentir seu coração sangrando.

Ainda não podia entender como havia se deixado levar, como havia se entregado a ponto de perdoar erros imperdoáveis.

Talvez isso se devesse ao fato de ter encontrado, em todo mundo, a única pessoa capaz de conseguir mentir olhando em seus olhos....o único ser humano capaz de dizer EU TE AMO com a verdade existente apenas na pureza das crianças.

Sentiu-se pequena!

Não podia acreditar em sua falha! Preferiu acreditar na facilidade de enganar do outro e não na inocência de seu erro.

A música já havia mudado ao menos umas três vezes, mas ela sequer havia percebido.

Continuava em seu mundo procurando por respostas. Se perguntou inúmeras vezes quando a dor iria cessar...a ausência de respostas lhe dilacerava!

A lembrança de dores superadas lhe trouxe um sopro de força.

Abraçou seu travesseiro, encolheu-se na cama e antes de dormir reafirmou, em um sussurro, o quanto era forte: O que não me mata me fortalece!

Mesmo sem acreditar realmente no que havia acabado de dizer... enfim, adormeceu.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Meu vício!!!


Amor...por que seu amor me adoece?


Por que o que sinto me faz esquecer por completo quem sou?

Por que apenas seu cheiro me faz dormir o sono dos justos e apenas sua pele me faz queimar?

Onde foi que me perdi?

Foi quando experimentei seus beijos, quando olhei em seus olhos, ou simplesmente quando provei a maneira única como me tomou em seus braços e me fez sua?

Não imagina o quanto já tentei tirá-lo de mim!!!

Meu carma, meu pecado, minha doce maldição!

Nem mesmo uma, das mil mulheres que habitam em mim, conseguiu desvencilhar-se de você.

Nem mesmo a mais santa de todas elas deixou de te desejar insanamente todas as noites.

Por que logo eu?!? Sempre tão dona de mim, tão certa de minhas vontades, tão egoísta em minhas escolhas.

É enlouquecedora a maneira como procuro a cura desse mal!

Sem sucesso adoeço mais a cada dia.

A abstinência de você quase me leva a morte!

A possibilidade de não te ter ao alcance de minhas mãos, de minha boca, fazem meu sangue ferver.

A dor consome meu corpo e alma!

E ainda assim, de maneira irracional, em meus pensamentos mais íntimos e secretos, clamo por mais um pouco de você a cada segundo.

Clamo você esquecendo que na verdade deveria apenas buscar a cura.

No entanto...quando tento me reencontrar...em um minuto de lucidez, tenho apenas encontrado você...que, como um vicio, me consome, me mata aos poucos mas me dá momentos de prazer e êxtase!!