Sou apenas uma Rosa amarela:
Ela é feita de sonho, e de gesto em gesto se compõe. Dentro dela, mil loucas e mil santas travam batalhas infindas e sangrentas, lutas entre desejos e possibilidades permeiam os seus dias.
Assim, é a rosa amarela, frágil e bela, mas é também a aranha que arma a teia, certa de que a presa não tarda e que dela depende a sobrevivência dos seus.
É a mulher de classe e a que desce dos tamancos, é a mulher que pede e a que toma no tranco.
É a menina lilás, e a mulher que ruborizaria os mais perdidos dos devassos, se todas as suas entranhas fossem de verdade expostas.
É a mulher que chora de noite sozinha, por alguma coisa que nem sabe bem o que é, mas, que quando amanhece, limpa os olhos e a vida da poeira da realidade fria, e mergulha nos sonhos mágicos da poesia.
É a amiga, a que escuta, a que grita e disputa...
Tem um olho no tempo e outro no vento, que sabe, é quem de verdade movimenta a vida.
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